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06 de novembro de 2018

Journal of Democracy em Português – Edição de novembro de 2018

Destacamos os dois primeiros artigos desta edição, que analisam a influência das identidades coletivas na política contemporânea, mas com perspectivas diferentes.

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Em um momento em que as democracias enfrentam novos desafios em diversos países, inclusive no Brasil, os dois primeiros artigos desta edição analisam a influência das identidades coletivas na política contemporânea, mas com perspectivas diferentes. Os dois textos que se seguem discorrem sobre como os países autoritários conquistam cada vez mais espaço em duas esferas nas quais as principais democracias do planeta já estiveram em posição de vantagem; o último artigo explicita o contexto que resultou na ampla vitória no México do candidato de esquerda Andrés Manuel López Obrador e suas possíveis implicações para o sistema político-partidário mexicano.

Assista à apresentação desta edição por Sergio Fausto, diretor da Fundação FHC e coeditor do Journal of Democracy em Português. 

Artigos desta edição:

Por que as identidades nacionais importam
Francis Fukuyama

Neste artigo, o cientista político norte-americano (Universidade Stanford) propõe que a reemergência da identidade nacional como força política em diversos países não é um fenômeno necessariamente negativo: “se as pessoas não se orgulham de seu país, não trabalham por ele”. Fukuyama faz, no entanto, algumas ressalvas: as identidades nacionais devem respeitar a diversidade étnica e cultural, ser construídas em torno de valores políticos liberais e democráticos e não devem ser fonte de protecionismo contra outras nações.

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Democracia, identidades e a ilusão do grande consenso
Fernando Luís Schüler

Neste texto inédito para o Journal of Democracy em Português, o cientista político brasileiro resume o intenso debate teórico sobre as políticas identitárias e as chamadas guerras culturais, que cumpriram papel crucial nas últimas décadas do século 20 e se intensificaram à medida que se expandiram as redes sociais: “soa um evidente exagero dizer que a política de identidades traz um risco mensurável ao sistema democrático (…) pois trouxe evidentes avanços para a afirmação de direitos e promoção da igualdade. O mesmo não ocorre com a obsessão identitária atual, que funciona como um fator a mais para o mal-estar da democracia”, escreve Schüler (Insper).

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O que é sharp power e como ele perfura as instituições democráticas
Christopher Walker

O vice-presidente do National Endowment for Democracy (NED) descreve como Rússia e China, principalmente, têm lançado mão do sharp power para se projetarem externamente e “transfixar, penetrar ou perfurar” o ambiente político, cultural, acadêmico e informacional de países como Estados Unidos e Austrália: “o sharp power aproveita-se da assimetria entre sistemas livres e não livres (é muito mais fácil penetrar naqueles do que nestes). É nesse contexto que o sharp power, nem muito soft, nem muito hard, floresce”, escreve Walker.

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Modernização e autoritarismo
Roberto Stefan Foa

O cientista político da Universidade de Melbourne (Austrália) aponta que o renascimento do autoritarismo está associado ao aumento do padrão de vida em muitos regimes autocráticos: “das quinze maiores economias do mundo atual por renda per capita, quase dois terços são não democráticas. Está surgindo um novo modelo de autoritarismo capitalista, (…) à medida que os regimes autoritários-capitalistas se fortalecem em termos econômicos, também aumenta sua influência nas questões internacionais”, alerta o pesquisador responsável pela World Values Survey.

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O sistema partidário do México sob pressão
Kenneth F. Greene e Mariano Sánchez-Talanquer

Neste texto a quatro mãos, Greene (Universidade do Texas) e Sánchez (CIDE, Cidade do México) explicam que a vitória de AMLO com 53% dos votos na eleição de apenas um turno foi resultado do cansaço da população com a corrupção, a impunidade, a desigualdade e a falta de segurança, que se agravaram nos últimos 18 anos. Diante da retórica antissistema do eleito, os autores analisam as perspectivas do sistema político mexicano: “o México iniciou 2018 com um dos sistemas partidários mais estáveis da América Latina, mas há dúvidas sobre a manutenção dessa estabilidade”, escrevem.

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Journal of Democracy em Português faz parte da Plataforma Democrática, uma iniciativa da Fundação FHC e do Centro Edelstein e está disponível em versão eletrônica, gratuita e semestral.