Journal of Democracy em Português – Edição de novembro de 2019
A subversão da democracia, o ocaso dos partidos políticos tradicionais, a crise dos partidos socialdemocratas e os efeitos do nacionalismo e do populismo são temas que se entrelaçam nos artigos desta edição.
Baixar gratuitamente!A subversão da democracia, o ocaso dos partidos políticos tradicionais, a crise dos partidos socialdemocratas e os efeitos do nacionalismo e do populismo são temas que se entrelaçam nos artigos desta edição do Journal of Democracy em Português, que também traz uma reflexão sobre os 30 anos do massacre de Tiananmen (China).
Assista à apresentação desta edição por Sergio Fausto, diretor da Fundação FHC e coeditor do Journal of Democracy em Português.
Artigos desta edição:
Polarização versus democracia
Milan W. Svolik
Por que eleitores que rotineiramente declaram seu apoio à democracia apoiam, ao mesmo tempo, líderes que a subvertem? Este é o enigma que o professor de Yale busca decifrar no primeiro artigo desta edição, com base em pesquisa com eleitores de Estados Unidos, Venezuela e Turquia. Confrontados com a escolha entre dois candidatos hipotéticos — um que demonstra pouco respeito por princípios democráticos, mas apela aos interesses sectários dos eleitores e um que é democrático, mas menos “atraente” — o comprometimento dos eleitores com a democracia fica em segundo plano. “A polarização oferece uma oportunidade estrutural a potenciais autocratas: podem enfraquecer a democracia e, ainda assim, ficar impunes”, escreve.
DOWNLOAD GRATUITOPartidos, movimentos, democracia: riscos e desafios do século XXI
Marco Aurélio Nogueira
Em texto inédito, o professor da Unesp analisa a crise dos partidos políticos no século 21, que embora permaneçam como personagens centrais do jogo político e parlamentar em diversos países, inclusive o Brasil, já não atuam como fatores de hegemonia, formação de consensos e fixação de diretrizes ético-políticas. Neste contexto em que a política “vira as costas” para as pessoas, proliferam movimentos cívicos em que o que importa é o “poder do cidadão” enquanto indivíduo. “O ‘empoderamento’ dos indivíduos torna-se a meta”. Com isso, adverte o autor, o ativismo dos movimentos se dá em paralelo, quando não em oposição, ao mundo da política institucional, o que limita a realização dos difusos desejos de mudança que animam os próprios movimentos.
DOWNLOAD GRATUITOO populismo e o declínio da social-democracia
Sheri Berman e Maria Snegovaya
No terceiro artigo, as autoras propõem que o fator comum subjacente ao declínio da esquerda na Europa e em outras partes do mundo seria seu deslocamento para o centro em questões econômicas e sua aceitação de reformas “neoliberais”. “Sociais-democratas deixaram de se apresentar como críticos atentos do capitalismo, conscientes da necessidade de proteger as sociedades de seus aspectos negativos, e passaram a apresentar sua missão cada vez mais em termos tecnocráticos e de eficiência”, sugerem. Esse deslocamento teria oferecido uma oportunidade de ouro para o surgimento de uma força política empreendedora: o populismo de direita, nativista.
DOWNLOAD GRATUITONacionalismo, democracia e leis memoriais
George Soroka e Félix Krawatzek
No penúltimo texto, os articulistas analisam o fenômeno recente da criação de mais de 200 leis, resoluções e declarações que “visam impingir uma maneira oficial de se referir ao passado, vista por seus proponentes como um meio para fortalecer a identidade nacional”, principalmente na Europa. A origem dessa legislação mnemônica foi a lei da Alemanha Ocidental que proibiu a negação do Holocausto (1985), “copiada” por Israel (1986) e França (1990). “Mas existem diferenças entre essas precursoras e a mais recente safra de leis memoriais europeias: as anteriores visavam a promoção de reconciliação; as atuais contribuem para o aumento de tensões políticas dentro e entre Estados”, escrevem.
DOWNLOAD GRATUITO30 anos de massacre da Paz Celestial
Wang Dan
Como estaria a China hoje se o movimento pela democracia que levou milhares de manifestantes à praça da Paz Celestial há 30 anos tivesse sido bem-sucedido?, pergunta um dos líderes das manifestações estudantis ocorridas em Pequim entre abril e junho de 1989. “Um cenário democrático teria provavelmente mitigado o aumento da desigualdade social que acompanharia a ampliação da economia de mercado, evitando que alcançasse os níveis observados na China atualmente. Ademais, o desenvolvimento teria acontecido por meio de um processo de constante diálogo entre governo e população, contribuindo para o crescimento e o fortalecimento da sociedade civil. Não é essa a China que gostaríamos de ver hoje?”, escreve.
DOWNLOAD GRATUITOO Journal of Democracy em Português faz parte da Plataforma Democrática, uma iniciativa da Fundação FHC e do Centro Edelstein e está disponível em versão eletrônica, gratuita e semestral.