O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) retoma a realização do Censo Escolar. A última edição datava de 1989 e faltavam dados atualizados e confiáveis para embasar as políticas públicas educacionais, especialmente a distribuição de recursos através do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério (Fundef). A criação de um fundo que assegurasse mais recursos para o ensino fundamental estava em discussão desde o programa de governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. O Censo Escolar era essencial para o Fundef porque permitiria um diagnóstico preciso do tamanho das redes estaduais e municipais, com base sobretudo no número de matrículas. Sem essa informação seria mais difícil a negociação para que estados e municípios aderissem ao Fundef, já que o fundo, que passaria a funcionar em 1997, redistribuiria recursos em função do número de matrículas nas redes de ensino fundamental dentro de cada Estado. 

Desde que foi retomado em 1995, o Censo Escolar é realizado anualmente. Até 2006, a coleta dos dados era feita por meio de questionários físicos aplicados nas escolas e depois inseridos no Sistema Integrado de Informações Educacionais (SIEd). Os dados limitavam-se ao número de matrículas e profissionais de cada unidade escolar. A partir de 2007,  o Censo Escolar adota um novo modelo informatizado chamado de Educacenso. O sistema permite a coleta de informações da escola, mas também do aluno e dos profissionais escolares, possibilitando acompanhar a trajetória escolar do estudante e cruzar dados com os de outros programas, como o Bolsa Família e o Bolsa Atleta.

Vídeo: Propaganda do Ministério da Educação sobre o Censo Escolar. Brasília (DF) , 13/03/1996 (Acervo Pres. F. H. Cardoso)/Produtor: DNA Propaganda; Ministério da Educação e do Desporto (MEC).