Embate político e discussão pública: a privatização das telecomunicações no Brasil
Para o sociólogo espanhol Manuel Castells, a partir dos anos 1980, o mundo entrou na Era da Informação. A grande mudança se deu pela revolução na microeletrônica, que permitiu o surgimento de novas tecnologias de informação e comunicação, base para conectar economias e sociedades, em escala planetária e em tempo real.
Produzir conhecimento e disseminar informação em redes globais estavam para os novos tempos como a produção e a circulação em massa de mercadorias estiveram para o mundo da Revolução Industrial. Países, empresas, movimentos sociais e indivíduos que não conseguissem alinhamento com a sociedade global em redes ficariam para trás. Assim como a sociedade industrial, o novo tempo tendia a produzir desigualdades, só minoradas por políticas públicas de democratização do acesso às infovias globais.
Fernando Henrique Cardoso conhecia a reflexão do autor de A Era da Informação: economia, sociedade e cultura, obra em três volumes, de meados dos anos 1990. Ao assumir a Presidência, sabia que para entrar nessa nova era o país dependia do desenvolvimento da rede de telecomunicações, setor que vinha se reorganizando em grande parte do mundo.
Esta exposição conta a história da modernização das telecomunicações no Brasil. De início, sob o comando do Estado, com a Embratel e a Telebras, criadas respectivamente em 1965 e 1972. Depois, com a entrada de grandes empresas privadas, a partir da segunda metade dos anos 1990. Um marco desse processo foi a privatização da Telebras, em 1998.