Diálogos com um presidente
22 de fevereiro de 2013

Fundação Estudar (graduação e pós-graduação)


Questões dos alunos:

1. Eu gostaria de saber se o senhor é favorável à limitação temporal do cargo dos ministros do supremo tribunal federal. 

2. Sobre a questão da reforma política, qual o seu posicionamento sobre ela? Qual é o papel de grandes personalidade da política, como o senhor e o presidente Lula,  em hastear essa bandeira da reforma política? Ou nós somos só um pequeno exército Brancaleone nesse combate?

3. A minha pergunta é voltada para a ideia de função pública. Ano passado eu participei de um curso na universidade de Brown e eles se referiam muito ao senhor, era um orgulho estar lá representada, e eles sempre traziam à tona esse sentido de fortalecimento da função pública, de como essa função pública esvaziou-se de sentido nos últimos anos. E eu queria ouvir a opinião do senhor de como isso pode ser resgatado.

4. Nós estamos no início de uma caminhada para transformar alguma coisa. O que o senhor pode dizer para a gente nesse momento? Nós temos aqui nossos 20 a 30 anos, com ensino superior, e pensando em maneiras de mudar o Brasil. Queria que o senhor dissesse alguma coisa nesse sentido.

5. Eu e um grupo de pessoas estamos com uma iniciativa de fundar um instituto que ajuda pessoas que não têm tantas condições financeiras a alcançar grandes espaços na sua carreira, na sua vida, e ter realmente um destaque essas pessoas que possam fazer diferença no mundo. Eu gostaria de saber como as pequenas iniciativas podem buscar recursos do governo para fazer isso.

6. A minha questão vai na direção da questão recente dos royalties de petróleo e a mobilização recente que foi requisitada pelo ministro Aloísio Mercadante no sentido de sensibilizar e mobilizar a sociedade em torno da aplicação integral desse recurso para educação. Pelo menos os futuros royalties de futuros contratos que forem celebrados. Cristovam Buarque também tem uma proposta nesse sentido desde 2008, mas é uma proposta de colocação mais heterodoxa dos recursos, ele toca na questão da federalização, que é uma questão complicada. Eu gostaria de saber o que você, talvez até como presidente mesmo, se você tivesse ainda um grande poder de arbitrar uma questão como essa, como você encaminharia essa questão. 

7. Tem surgido uma nova onda em relação ao empreendedorismo em que as pessoas estão deixando de empreender por necessidade e agora os jovens principalmente estão passando a empreender por oportunidade. Eu queria saber a sua opinião em relação a essa nova onda de empreendedorismo, principalmente nós que estamos aqui hoje somos empreendedores que queremos mudar o mundo e em relação a tanta dificuldade que a gente ainda encontra no Brasil, principalmente em relação a carga tributária, questões políticas, gostaria de saber sua opinião sobre isso. 

8. Eu entendo que o setor público é onde a gente tem a maior possibilidade de causar impacto em grande escala. Só que às vezes essa nuvem de racionalidade e politicagem assusta. Qual seria o conselho sobre o que o jovem precisa para estar preparado para encarar esse cenário e realmente empreender no setor público?

9. Qual a sua visão sobre as perspectivas de qualidade de ensino e de produção científica no ensino superior público dentro desse cenário de cotas sociais e raciais para os próximos anos?

10. Qual conselho o senhor daria para ajudar na aproximação entre o setor privado e os estudantes do setor privado na universidade pública?

11. Se o senhor tivesse hoje 23 anos e ainda não tivesse sido presidente, onde o senhor colocaria energia, dedicaria sua vida, qual seria o tipping point que o senhor se engajaria para transformar o Brasil? 

12. O senhor acha que a sociedade brasileira está preparada para receber o possível boom econômico que vai ser a copa e as olimpíadas? O senhor acha que a gente vai dar conta disso tudo, ou não?

13. Eu tenho a impressão que o jovem de classe média, quando pensa em política, quando pensa em Brasil, vê dois problemas, que são educação e a eficiência do Estado, corrupção. O jovem estaria certo em enxergar esses problemas ou alguma questão que o senhor considera que é importante e os jovens não tomaram consciência? 

14. Quais são as dificuldades políticas e em termos de sociedade também para o Brasil se transformar em um país que produz e transforma o conhecimento em tecnologia? 

15. O país já vem há bastante tempo num avanço de inclusão educacional, o que certamente gerou um aumento de produtividade, mas a inovação precisa ter espaço para acontecer. Na medida em que muita gente está se escolarizando e atingindo remunerações mais elevadas, a gente tem o risco de estar entrando em uma trajetória de acomodação das vontades pessoais de buscar maior produtividade e efetivamente com impacto sobre as trajetórias de crescimento do país?