Fundação Estudar, FGV, IRI-USP, Insper
Questões dos alunos:
1. O senhor foi um dos relatores da Constituição e um dos presidentes que governou sob os auspícios da nova Constituição. Eu gostaria de saber como foi o processo constituinte, qual era a consciência dos constituintes na hora da elaboração da Constituição e como foi o processo de alterar a Constituição que o senhor mesmo ajudou a criar.
2. Gostaria de uma análise do senhor sobre por que a oposição não pega essa bandeira da privatização e das reformas estruturais de vez, ainda mais agora que o governo está privatizando aeroporto?
3. A gente ouve muito falar de agenda no Brasil. Como é que dentro de um partido, o PSDB, por exemplo, funciona essa questão de ter uma agenda?
4. Minha pergunta é relativa ao problema que o PSDB enfrenta por não ter construído bases em sindicatos, universidades, comunidades mais carentes. Vocês transformaram o Brasil, tiveram um ponto de inflexão no nosso desenvolvimento, que foi o Plano Real. A questão da universalização da educação influenciou até mais do que o próprio Bolsa Família e o aumento do salário mínimo, a distribuição de renda. Entretanto, pelo PT ter esse acesso, essa conexão com bases, com movimentos sociais, eles se apropriaram, por meio de uma narrativa baseada em símbolos, do trabalho que vocês fizeram. Qual a estratégia que vocês têm para contornar esse problema hoje em dia, principalmente levando em consideração que é um trabalho todo por se fazer?
5. Gostaria que o senhor pudesse falar um pouco sobre o que o senhor acha que é necessário para a gente democratizar o acesso a educação, tecnologia e crédito para que realmente o Brasil dê o salto que a gente precisa para ser um líder global.
6. O senhor acha que a ciência política atual deveria ter um formato diferente, estar em um caminho diferente, ter uma missão um pouco mais prática? Ou é uma tendência natural caminhar para a abstração e se distanciar?
7. As universidades hoje ensinam muito o que não devem, e não ensinam o que devem e o ensino termina ficando um pouco longo. O senhor falou que não acredita no financiamento da universidade privada com dinheiro público. Então o senhor acredita que é possível a universidade pública tomar pé sozinha?
8. O senhor tem posições bastante claras em relação a, por exemplo, regulamentação da maconha. Como o senhor enxerga a discussão de, não somente da regulamentação da maconha, mas do casamento gay e da regulamentação do aborto no Brasil?
9. As nossas universidades estão muito distantes das universidades norte-americanas, inglesas, francesas na questão do financiamento. Qual seria o primeiro passo para a gente fazer a nossa universidade ir atrás de financiamentos para pesquisa, e o caminho inverso, como a gente trabalha também para que a iniciativa privada se interesse pelo financiamento de pesquisa?
10. O André Lara Resende falou da perspectiva das mudanças econômicas em que ele acredita, que ele prefere até não falar muito, e eu gostaria de saber da sua opinião sobre essa nova postura dele sobre a questão econômica.
11. Como líder, qual foi o momento da sua vida que você se sentiu mais completo, mais realizado? E também, quais foram os erros na sua administração como presidente?
12. Do ponto de vista pessoal, você imaginava que poderia fazer mais coisas do que você realmente conseguiu fazer? Ou menos? Por quê?
13. Alguém já teve a ousadia de falar em corrupção ou de tentar te corromper, a você pessoalmente, na época em que você era presidente? Como acabar ou diminuir a corrupção no Brasil?