Os limites planetários do crescimento econômico
Em discussão neste debate: os limites que a oferta de recursos naturais do planeta estabelecem ao crescimento econômico.
No dia 27 de agosto, André Lara Resende e Eduardo Viola dirigiram-se à platéia que lotava o auditório da Fundação FHC para ouvi-los falar de um tema que se moveu definitivamente para o centro da agenda nacional e internacional: os limites que a oferta de recursos naturais do planeta estabelecem ao crescimento econômico. Ambos se concentraram nos desafios colocados pela mudança climática, embora o problema, como lembrou Viola, vá além desse fenômeno.
Lara Resende surpreendeu parte da platéia que desconhecia as suas recentes incursões por caminhos raras vezes trilhados por economistas. O texto que apresentou começava com uma pergunta: por que os seres humanos se mostram incapazes de responder a uma ameaça que pode lhes custar a sobrevivência na face da Terra, mesmo diante de tantas evidências científicas de que este risco é real, embora não imediato? Quem esperava uma resposta dentro dos cânones da racionalidade econômica deve ter-se espantado, pois o que se seguiu à pergunta foi uma reflexão sobre os próprios limites da racionalidade humana. Vale a pena conferir no vídeo ao lado.
Diferente, mas não menos interessante, foi o caminho escolhido por Viola para abordar o tema do seminário. Especialista em relações internacionais, o professor da UnB traçou um panorama do estado das discussões científicas sobre a mudança climática, das políticas internas e posições internacionais dos principais emissores de gases de efeito estufa e da evolução das ações do governo brasileiro em relação ao tema. Uma aula, com pelo menos um alerta preocupante: 98% dos cientistas do Intergovernamental Panel on Climate Change estão convictos de que a mudança climática é produzida pela atividade humana e quase a metade deles acredita que os cenários projetados para a elevação da temperatura da Terra ao longo deste século subestimam o tamanho do problema, afirmou Viola.
