Fernando Henrique Cardoso

Sociólogo, professor e investigador de renome internacional, Fernando Henrique Cardoso elegeu como principais temas de estudo a mudança social, o desenvolvimento socioeconómico e os desafios da democracia no Brasil e na América Latina.

Guia do Arquivo de Fernando Henrique Cardoso

Os documentos produzidos e guardados por Fernando Henrique Cardoso reflectem o seu percurso familiar, académico e político e alinham-se com os livros e periódicos que coleccionou, representativos das áreas de investigação ou temas pelos quais a sua mulher e ele manifestaram interesse. Parte da biblioteca foi-lhe oferecida durante a sua carreira pública.

Período pré-presidencial

O primeiro segmento da coleção refere-se à sua infância e às fases de estudo, vida académica e familiar, investigação e produção científica, até à sua primeira campanha presidencial em 1994. Contém maioritariamente documentos textuais (cerca de 175 caixas de arquivo) e iconográficos (cerca de 2.000 fotografias).

Além da correspondência trocada com instituições de ensino e pesquisa na área de Ciências Sociais, com colegas, amigos e alunos, há material relativo à sua carreira docente (cadernos de campo, notas de leitura, planos de aula) e à administração do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap). Documentos emblemáticos mostram a resistência de um grupo de intelectuais ao governo militar autoritário instaurado em 1964.

Do período em que foi senador e ministro da Fazenda, há correspondência de cidadãos com pedidos e sugestões. A sua carreira política também se reflecte noutros registos relacionados com eventos eleitorais, incluindo discursos, entrevistas, relatórios de sondagens de opinião e relatórios fotográficos. Os recortes de imprensa acompanham a carreira pública de FHC.

Período presidencial

O material acumulado durante os dois mandatos presidenciais inclui, em sua maior parte, o que foi estabelecido na Lei de Arquivos – nº 8.394, de 30 de dezembro de 1991, como documentação privada de interesse público, ou seja, o que foi recebido pelo Gabinete Pessoal. Ali, chegaram documentos dos mais variados tipos, vindos de assessores diretos, ministros e outros membros do Executivo, parlamentares, empresários e cidadãos: relatórios, notas preparatórias de viagens, pareceres técnicos, condecorações, agendas, prospectos etc. Em menor número, há projetos, propostas e programas de diferentes instituições e pessoas, submetidos à apreciação do chefe.

A maior parte da documentação textual preenche mais de mil caixas de arquivo. Além da correspondência enviada por autoridades, instituições e amigos, há cartas e outros tipos de mensagens com pedidos, sugestões, críticas e elogios enviados por cidadãos comuns. Este conjunto representa uma amostra de 10% do total recebido, tendo o restante sido doado ao Arquivo Nacional. Impressos de campanhas e movimentos com as mais diversas reivindicações contêm denúncias, geralmente ligadas à defesa dos direitos humanos.

Período pós-presidencial

De volta à vida de professor universitário, conferencista, escritor e assessor de organizações nacionais e estrangeiras, Fernando Henrique Cardoso continua a colecionar documentos que, em diferentes idiomas e suportes, representam ações realizadas desde 2003, quando terminou seu segundo mandato presidencial. O acervo inclui produtos de sua participação no Clube de Madri, no Diálogo Interamericano, no grupo The Elders, em comissões especiais da ONU e na Fundação FHC.

Correspondência, relatórios, projetos, comunicados de imprensa, certificados e diplomas convivem com reportagens fotográficas e televisivas, medalhas comemorativas e objetos diversos oferecidos ao titular.