Uma viagem a Ruth Cardoso pela lente de seu arquivo pessoal
Ruth Cardoso foi mãe, esposa, primeira-dama do Brasil, acadêmica, professora e militante de causas sociais e feministas. O seu acervo é o buraco da fechadura por onde observamos a Ruth pesquisadora. Nele constam documentos acumulados ao longo da vida que mostram sua presença em instituições como a Universidade de São Paulo (USP), a Associação Brasileira de Antropologia (ABA), o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) e o Museu Nacional. A carreira na pesquisa começou com estudos sobre a imigração japonesa no Estado de São Paulo e se firmou na antropologia urbana, levando a investigações sobre populações marginalizadas e temáticas de gênero, política, mídia e juventude. As reflexões da pesquisadora foram compartilhadas com alunos e orientandos, muitos dos quais se tornaram pesquisadores. Tudo isso resultou na escrita de livros, prefácios e artigos em coletâneas e periódicos científicos.
A atividade de pesquisa aparece nos acervos por meio de documentos corriqueiros. Qual antropólogo não guardou relatórios, fichamentos, questionários e notas de estudo de campo? Quem não acumulou recibos, correspondência burocrática e papéis de vínculos trabalhistas? Ou estudou sem grifar textos e escrever nas margens dos livros? O baú da pesquisadora Ruth Cardoso guarda esses tipos de registros que comprovam e ilustram as atividades de sua carreira profissional.