A pandemia da Covid-19 demonstrou o risco da dependência excessiva de importações de insumos médicos. Em resposta, vários países têm procurado fortalecer a capacidade doméstica de produção de fármacos e vacinas. Não se trata de um giro de 180 graus, mas da busca de um novo equilíbrio entre importações e produção local.
Não são muitos os países que dispõem de condições para ter um complexo industrial de saúde relevante. O Brasil tem base científica, empresarial e institucional (leia-se, o SUS) para ter essa ambição.
Em abril, o governo federal criou o Grupo Executivo do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (GECEIS), integrado por 20 órgãos públicos, sob a coordenação do Ministério da Saúde. Participam também, sem poder decisório, associações da sociedade civil. Adicionalmente, em 26 de setembro, foi lançada pelo governo federal a Estratégia Nacional para o Complexo Econômico-Industrial da Saúde – um plano de ações que visa incentivar o desenvolvimento do setor no país com uma previsão de investimentos de R$ 42 bilhões.
Figura central do GECEIS, o Secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Complexo Industrial da Saúde, do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha, virá à Fundação FHC para apresentar os objetivos e desafios dessa iniciativa.
Sua intervenção será comentada por Fernanda de Negri, diretora de Estudos Setoriais do IPEA, e Maurício Mendonça, diretor de relações institucionais da Sanofi.
Secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Complexo da Saúde do Ministério da Saúde, é coordenador e líder do grupo de pesquisa sobre desenvolvimento, complexo econômico industrial e inovação em saúde (GIS/Fiocruz). Doutor em Economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e mestre em Economia pela Universidade Estadual de Campinas, possui larga experiência acadêmica e na administração pública.
Economista com doutorado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), é diretora e pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Foi chefe da Assessoria de Acompanhamento e Avaliação do Ministério da Ciência e Tecnologia (2010-2012) e diretora de Estudos Setoriais, de Inovação, Regulação e Infraestrutura (Diset), de 2012 a 2017. Autora de diversos livros e artigos, recebeu o Prêmio BNDES de Economia por sua dissertação de mestrado Desempenho Comercial das Empresas Estrangeiras no Brasil na Década de 90.
Diretor de Relações Institucionais da Sanofi Medley Ind. Farmacêutica no Brasil, sua experiência profissional inclui passagens pela academia, governo e setor privado. Trabalhou no Ministério da Ciência e Tecnologia (1999-2002) e no Ipea (2003-2004). É doutor e mestre em Economia pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Cientista político e diretor geral da Fundação FHC.