Em 2024 completam-se 45 anos da Revolução Sandinista, que pôs fim a uma das mais longevas ditaduras latinoamericanas, exercida desde 1936 por membros da mesma família, e que despertou novamente as esperanças em uma revolução popular e democrática na América Latina. Essas esperanças acabaram por se frustrar. A Nicarágua é hoje uma ditadura comandada por um dos principais líderes da Frente Sandinista de Libertação Nacional, Daniel Ortega. Em matéria de supressão das liberdades democráticas e violação dos direitos humanos, o regime atual em nada fica a dever à ditadura da família Somoza.
Que fatores levaram a Nicarágua novamente à ditadura? Que caminhos se apresentam hoje para que o país se liberte de um regime brutal de opressão? Qual o papel dos demais países, em geral, e dos latino-americanos, em particular, numa eventual transição para a democracia?
Para debater essas questões, a Fundação Fernando Henrique Cardoso, o Centro para la Apertura y el Desarrollo de América Latina (CADAL) e a Fundación Puentes para el Desarrollo de Centroamérica convidaram os ex-deputados nicaraguenses Enrique Sáenz e Mónica Baltodano.
Diretor executivo da Representação do PNUD na Nicarágua, dirige a plataforma de comunicação Vamos al Punto. Foi deputado da Assembleia Nacional da Nicarágua e gerente de projetos na Delegação da União Europeia para a América Central em Manágua. Morando na Costa Rica desde 2018, foi exilado em 2023 pelo regime de Daniel Ortega. Bacharel em Direito e em Economia, é mestre em Ciência Política e em História da América Latina.
Foi comandante guerrilheira da Revolução Sandinista e hoje é uma liderança da oposição ao atual regime nicaraguense. Foi também deputada na Assembleia Nacional de seu país e dirigente do movimento El Rescate (2007-2012). Reside atualmente na Costa Rica, uma vez que foi destituída de sua cidadania e expulsa de seu país em 2023 pelo regime de Daniel Ortega. É bacharel em Ciências Sociais e mestre em Direito Municipal pela Universidad de Barcelona.
Cientista político e diretor geral da Fundação FHC.