O 25 de abril de 1974 teve um significado especial para o Brasil. O fim do regime salazarista em Portugal reforçou a esperança de que aqui a ditadura militar, implantada em 1964, também encontraria o seu fim, mais cedo do que tarde.
No mundo sopravam ventos democráticos. Dois anos depois da Revolução dos Cravos, o regime franquista se encerraria na Espanha. Os ventos atravessariam o Atlântico.
Nos anos subsequentes, Portugal integrou-se à Europa e tornou-se uma democracia liberal moderna. O Brasil transitou lenta e gradualmente na mesma direção, colocando em 1985 um ponto final no regime ditatorial.
Nesse processo, apesar de tantas léguas a nos separar, do ritmo próprio e das características peculiares de cada país, as histórias do Brasil e de Portugal se entrelaçaram uma vez mais – desta feita em torno da aspiração comum de construir sociedades abertas, democráticas e mais justas.
Cinquenta anos depois, Portugal e Brasil se defrontam com desafios novos. Forças antidemocráticas ganham terreno em ambos os países. Os ventos do mundo são outros. Hora de fortalecer os laços entre os democratas nos dois lados do Atlântico.
Para discutir as lições do passado e os desafios presentes da democracia em ambos os países, a Fundação FHC convidou dois intelectuais públicos portugueses de grande expressão: a escritora Inês Pedrosa e o historiador e líder político Rui Tavares.
Escritora, tradutora portuguesa e curadora de eventos literários. Participa do programa semanal de debate político “O Último Apaga a Luz” (RTP3). Dirigiu a edição portuguesa da revista Marie Claire e a Casa Fernando Pessoa. Em 2017, lançou uma editora, a Sibila Publicações. Seu mais recente romance é ‘O Processo Violeta’ (Porto Editora, 2019).
Escritor, ensaísta e político, foi eleito deputado na Assembleia da República (2022-2024). Cronista no jornal Expresso, desempenha também a função de vereador na Câmara Municipal de Lisboa. Doutorado em História, é autor de várias obras sobre temas históricos e políticos. Atuou como deputado no Parlamento Europeu entre 2009 e 2014 e foi cronista do jornal Público.
Cientista político e diretor geral da Fundação FHC.